quarta-feira, fevereiro 21

Lisboa: recantos IV

O Jardim Constantino, também designado por Jardim do Florista em homenagem a Constantino Marques de Sampaio e Mello, o rei dos floristas portugueses no final do século XIX, encontra-se na freguesia de São Jorge de Arroios. Trata-se de um jardim relativamente pequeno, de traçado quadrangular, elegante e simples. Não obstante as suas dimensões, possui uma abundante vegetação que se encontra bem enquadrada no conjunto e serve de moldura viva aos elementos arquitectónico e escultórico.

A Estátua de Prometeu

Da estátua nada mais sei do que ser obra de F. Santos, de estar datada de 1923 e de ter sido oferecida à cidade pela vereação municipal em 1925. Representa Prometeu, um dos Titãs que por ter enganado os deuses na partilha das carnes sacrificiais e ter levado aos homens o conhecimento do Fogo, foi por Zeus condenado a permanecer acorrentado num rochedo e a ver ser comido quotidianamente por uma águia o fígado.















Mictório

De planta quadrangular ergue-se, com o seu revestimento de tijolo e o seu tecto de pagode chinês o mictório.
Trata-se de um dos poucos mictórios públicos com valor arquitectónico ainda activos, uma vez que a Cãmara Municipal de Lisboa tem vindo a desactivar ou, a pretexto de uma modernização de equipamentos, a eliminar da paisagem urbana de Lisboa.
De salientar um conjunto de oito painéis de azulejos, dois por fachada e dispostos nos cantos superiores, que a seguir reproduzimos. A temática reparte-se entre as figuras femininas e paisagísticas dentro de molduras e enquadramentos com motivos ornamentais florais.

















A Fonte

A fonte já não jorra,
a água não flui,
os tritões cristalizam-se na pedra seca
os vândalos partiram as caudas aos tritões
onde pára a CML?











A Flora

Rico em flora, o Jardim Constantino alberga duas árvores espantosas: uma seringueira monumental e uma malaleuca da Austrália (classificada como árvore de interesse municipal)















A decadência

Quando chega o entardecer o jardim transfigura-se, Prometeu já não ilumina a estrada aos homens que ao jardim se recolhe. E são tantos, de leste como toxicodependentes ou apenas sem-abrigo que a ele se recolhem para dormir.

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