segunda-feira, abril 9

A propósito de uma espécie de título de Engenheiro



Muito se tem falado do título de Engenheiro de José Socrates, da bacoquice saloia de se pretender ser detentor de um título académico a qualquer preço, de mercearias de bairro com horário alargado de hipermercado que vendem diplomas de Dr. e Engenheiro aos domingos mas reservam os feriados para o comércio das honras académicas de doutorado. Tudo isto já foi dito, explicado, dissecado... Assim sendo, apenas gostaria de deixar aqui um soneto de alguém que foi grande por obras, cultura e nascimento e que por ser detentor natural dessa grandeza nunca precisou de ser cuco melharuco arvorado em pavão: Lorenzo dei Medici.

Cerchi chi vuol le pompe e gli altri onori,
le piazze, i templi e gli edifizi magni,
le delizie e il tesor, quale accompagni
mille duri pensier, mille dolori.

Un verde praticel pien de be' fiori,
un rivo che l'erbetta intorno bagni,
un augelletto che d'amor si lagni,
acqueta molto meglio i nostri ardori;

l'ombrose selve, i sassi e gli alti monti,
gli antri oscuri e le fere fuggitive,
qualche leggiadra ninfa paurosa:

quivi vegg'io con pensier vaghi e pronti
le belle luci come fussin vive,
qui me le toglie or una or altra cosa.

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