
Não podemos aqui calar a nossa mais profunda consternação por, no nº 24 da Rua José Estêvão, sito nesta nossa cidade de Lisboa, continuarem a subsistir os atropelos aos direitos dos animais e à legislação comunitária.

Como toa a gente sabe a lagarta é aquele animalzinho simpático que, de obscura cagadela num sítio sombrio e húmido, vai passando a larva, crisálida, casulo (na fase fetichista) e acaba por se transformar em borboleta. A sua capacidade de sobreviver em diferentes ambientes leva-a a escolher habitats tão distintos como os pratos de salada das cantinas universitárias, o estádio de alvalade (preferiam o antigo. Da última vez que as centopeias as foram aí visitar escorregaram e partiram as pernas nos azulejos de casa de banho.), hortas, e outros sítios onde criaturas desprovidas de coluna vertebral possam pastar como é o caso do parlamento, do patriarcado, quarteis, sede do PRN, casas de putas e afins.
Prender uma lagarta num elevador, mesmo que situado na Estefânia e num prédio de gente bem, é um crime inadmissível, um inqualificável atropelo à dignidade da lagarta. Se o problema é já grave, mais ainda se tornará quando, após a saída do casulo, tiver de esticar e secar as asinhas na caprichosa intermitência da luz do elevador. Mais ainda, como não foram criadas condições de acessibilidade para a lagarta no dito elevador, a pobre vai ter de se sujeitar à humilhante situação de ter companhia no elevador. Convenhamos que se trata de uma actividade íntima e não adequada ao voyeurismo mirone dos utentes do já mencionado elevador.

E que dizer ainda a respeito dos efeitos nefastos que a nicotina poderá causar à saúde da dita lagarta: cancro da penugem, endurecimento das articulações, bicos de papagaio, um rombo na carteira, alteração da cor das asas por causa da nicotina, ejaculação precoce, impotência e chatices muito sérias na borboletopausa.
Finalmente, trata-se de uma flagrante violação ao direito de circulação comunitário que, por ser tão grosseira, nos escusamos de comentar.


Posto isto, lançamos daqui o apelo a quem de direito,
às autoridades,
aos desautorizados,
aos partidários do SIM (tirando a Inês Pedrosa),
aos partidários do NÃO (tirando todos menos uma menina de t-shirt do Não justinha num dia de campanha à chuva),
aos defensores dos animais,
aos amantes dos programas do Manuel Luis Goucha´,
à Sociedade Filarmónica e Recreativa dos Confrades da Irmandade da Boa Pinga,
às putas como aos políticos,
às portuguesas (com especial interesse por uma certa menina de t-shirt do Não justinha num dia de campanha à chuva e satitantes seios túrgidos),
aos portugueses,
meninas e meninos,
unide os vossos corpos num abraço fraterno e ergueide a voz, juntando-a à nossa, ao sempre crescente número de membros, militantes ou apenas simpatizantes, curiosos ou penetras que o MLLE - Movimento de Libertação da Lagarta de Elevador tem vindo a registar nas suas fileiras:















num único, enorme, gigantesco grito, numa só voz, numa só vontade, numa mole colectiva que avança inexoravelmente para a plenitude do século XXI e cujo eco irá ser visto pelo Hubble no século XXXXXVIII e gritaide:

1 comentário:
Quixote de collants,
Como sempre a batalhar por causas mui nobres...acho que sim...também gritarei:
LIBERTEM A LAGARTAAAAAAAA
FREE THE ?????(ai a merda!!!)
Desta tua menina de tshirt justa, de belos seios túrgidos, mas...SEMPRE PARTIDÁRIA DO SIMMMMMMMMMMMM
Enviar um comentário