Ontem foi um dia mau: acordei com um humor de cão, tive de me chatear com Lady Bruni por causa desta comer porcarias na rua, não tive tempo para almoçar, o trabalho não correu tão bem como poderia desejar e costuma correr, voltei para casa a correr por ter de fazer. Depois saí com a Sofia e as coisas começaram a correr melhor desde o momento em que demos as mãos. E lá fomos até à galeria onde a Susana ia inaugurar uma nova exposição.
A inauguração de uma exposição era algo de assustador em perspectiva. Tinha-me habituado a coisas pomposas com críticos herméticos a distribuir patacoadas avulso para gáudio de jornalistas e basbaques que abrem a boca e abanam as orelhas. E em vez disso não, algo de descontraido, tipo reunião entre amigos que se reuniram para ver arte e dar um abraço a alguém que nos é querido.
Quanto à exposição uma única expressão me ocorre: irrepreensivelmente bela.
A exposição encontra-se distribuida em dois grandes blocos, pintura a acrílico e tinta da china. Em ambos se respira uma sensualidade inquietante, em que os corpos, num abandono tenso reflectem as sombras das almas que revestem. Mas, longe de nos inquietar, são por nós reconhecidos como familiares devido a recriarem obras igualmente familiares num cenário íntimo de interiores. Um pouco como se as intimidades habitacionais ajudassem a reconsiderar o interior dos seres que os povoam.
2 comentários:
Tá bela moça e talento. E você foste embora e não voltaste, hein.
quanta saudade sinto de vós. apareça, apareça sempre. wadson e eu sempre falamos de você.
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