quinta-feira, maio 3
Alberto João Jardim e as inaugurações polémicas
Alberto João Jardim, essa figura mítica do caciquismo jurássico nacional, continua muito atarefado na sua senda de tudo inaugurar. Depois de ter inaugurado 200 metros de asfalto para pagar uma dívida pessoal com o dinheiro dos contribuintes, a situação atingiu agora novas proporções, mais pequenas por sinal, ao proceder à inauguração de uma importante obra de prevenção sanitária com apenas 3,5 cm.
As reacções de desagrado não se fizeram esperar por parte da população e da classe política nacional e internacional.
Uma eleitora PSD da madeira terá mesmo afirmado conhecer bem a obra do Dr. Alberto João Jardim e ser uma defensora acérrima da medida. Confrontada com o facto da desproporção existente entre os meios envolvidos e a dimensão da obra afirmou: «Isto é uma coisa tipo work in progress! Não cresce muito mais mas sempre cresce um bocadinho!»
As reacções a nível político não se fizeram esperar e vieram de todos os quadrantes. António Vitorino mostrou-se indignado pela realização de obras de tão pouca monta e por Alberto João Jardim estar a procurar angariar apoios dentro do PSD servindo-se para isso da lisonja ao líder do partido. Marques Mendes defendeu, com a coerência que lhe é conhecida, a obra e afirmou que, uma vez que não existem suspeitas de peculato de uso, e fiel à luta ética que norteia o partido contra a corrupção, não pode a obra ser deitada abaixo ou suspensa. «Eu quero a obra de pé! O PSD quer a obra de pé! Os portugueses querem a obra de pé!»: afirmou o líder do PSD. Paulo Portas disse concordar com a iniciativa antes de colocar o sorriso sardónico e confessar em tom intimista: «Muito embora eu goste deste género de obras um pouco maiores!» Jerónimo monteiro concordou igualmente com a iniciativa mas mostrou-se muito agastado defendendo a colectivização da obra de molde a que possa servir toda a população da Madeira.
A nível internacional, Tony Blair terá afirmado com fleuma britânica: «Pode ser pequena mas eles também são uma ilha pequena!»
Confrontado com a crescente contestação, Alberto João Jardim terá declarado no decorrer de mais um comício: «Isso são ataques do lobby dos paneleiros cubanos maçons e lésbicos do contenente. Eles querem diminuir-nos e roubar-nos o que é nosso. E nós temos de defender a nossa imagem nos roteiros de turismo sexual internacionais! Cambada de paneleiros!»
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